Após tomar as rédeas da ATN e ter um grande desencontro de ideias com os seus filhos e alguns dos principais acionistas sobre a venda da Waystar Roy, Logan Roy (Brian Cox) é obrigado a se locomover para encontrar Matsson (Alexander Skarsgard) e é nesse trajeto que muita coisa acontece.
Nesse episódio ocorre o casamento de Connor (Alan Ruck) e Willa (Justine Lupe), que acontece em um navio ou espécie de iate (me perdoem a leiguisse). Logo no começo do episódio vemos que a Gerri (J. Smith Cameron) é demitida pelo Logan e ele deixa Roman (Kieran Culkin), que agora está em seu lado novamente, responsável por informa-la durante o casamento, Gerri por sua vez não reage nada bem à notícia, pela maneira que é demitida e tendo em vista o tempo que passou trabalhando com os Roy.
Shiv (Sarah Snook) e Kendall (Jeremy Strong) estão mais preocupados com o que ocorrerá durante a reunião de Matsson e Logan então se reúnem assim que chegam no navio para conspirarem acerca dos acontecimentos.
Sem muitos rodeios o episódio começa como qualquer outro, um evento social, por trás desse evento muita coisa rolando, muitas conversas paralelas e trâmites corporativos, interesses intrínsecos, contudo os roteiristas dessa vez nos surpreendem. Com 14 minutos e 15 segundos de episódio descobrimos que Logan Roy está morto pouco tempo após entrar no jatinho que estava o levando ao seu encontro com Matsson, vítima de uma parada cardíaca.
Gente, o episódio é construído ao redor disso, a maneira como é conduzido pelo diretor e roteiristas é chocante. Eu fiquei paralisado, seria esse o adjetivo certo a se usar. O desespero dos filhos ao não saberem lidar com a situação, a incerteza dos funcionários que estão com o corpo do magnata tentando o reanimar dentro do jatinho, todo o momento que eles são questionados sobre a veracidade da morte de Logan eles hesitam em falar, mesmo sabendo que é tarde demais.
As atuações são excepcionais, Sarah, Jeremy e Kieran deram o nome real, cada um mostrando e mantendo a essência original de seu personagem, contudo sob circunstâncias emocionais nunca antes vividas. A mistura de inabilidade, tristeza, frustração e surpresa é o tempero perfeito que definiria essas cenas.
Quando Tom (Matthew Macfadyen) liga para Roman e dá a notícia de que o pai deles “talvez” tenha morrido e está inconsciente no chão do jatinho, é aí que as grandes e árduas performances começam, pois até minutos atrás Kendall estava conversando com Shiv sobre sabotar e manipular o próprio pai nas negociações com Matsson, e agora de repente todos voltavam a ter seis anos de idade, no telefone, conversando com o pai morto e pedindo para que ele não os deixasse e que o amam.
Como num passe de mágica os Roy passam de ser uma família corporativa para se tornarem humanos, uma família real, e é interessante ver essa dualidade, que de alguma maneira sempre esteve muito presente na série, entretanto que nunca foi retratada com tanta profundidade.
Esse episódio já entrou para a história não apenas pela grandiosidade que as cenas e atuações são conduzidas, mas também por mostrar facetas e nuances nunca antes vistas dos protagonistas.
O dilema de serem uma família pública e terem que atender e responder à mídia é outro ponto chave do episódio, pois quando se tem uma figura pública tão unânime como Logan Roy como pai não é apenas você que está perdendo algo, o mundo está perdendo e é necessário que tenha uma declaração oficial e formal a ser feita. E é incrível que no fim do dia, funcionários são só funcionários e filhos só filhos, pois a maneira que esses dois grupos lidam e reagem à situação destoa completamente, Frank (Peter Friedman), Karl (David Rasche) e Karolina (Dagmara Dominczyk) estão mais preocupados com a repercussão da notícia e queda das ações da empresa, mostrando dois lados de uma mesma moeda.
Cada um com sua peculiaridade, cada um lida como pode com essa perda agridoce. Connor que é o filho que mais foi subjugado dos quatro decide seguir com o casamento, Shiv entra no carro com Tom para entender detalhes da morte de seu pai, e para mim terá algum tipo de remember com o Tom, acredito que eles terão alguma espécie de recaída e talvez nem cheguem a realmente se divorciar. Roman é o único filho que se prontifica a ver o corpo do pai e Kendall acaba o episódio com cara de tacho, sozinho, tentando digerir toda a situação enquanto o corpo do pai é transportado do jato para um carro funerário.
HBO mais uma vez entregando qualidade, impacto, emoção e super produção em um episódio só.
E vocês, curtiram o episódio? Estão impactados? Deixe o seu comentário.
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