Em seu quarto e último filme, John Wick (Keanu Reeves) prossegue
lutando para sobreviver. Lutando com unhas e dentes, o seu novo dilema é se livrar
das garras do frio e impiedoso marquês de Gramont (Bill Skarsgard – It 2016).
Dirigido pela quarta vez por Chad Skahelski, dessa vez o filme
traz um tom de épico misturado com fim, e não é à toa que podemos considerar esse
o melhor filme da saga, tendo em vista que tudo foi multiplicado por quatro, muito
mais luta, muito mais ação, muito mais frases de efeito, perseguições e mortes.
A atuação é um dos trunfos do filme, grande elenco, grandes badasses,
grandes vilões e caçadores de recompensas sanguinários, desde membros já conhecidos
do elenco como Ian MacShane que interpreta Winston até o próprio Bill Skarsgard
que entrou nesse novo filme, todos entraram muito bem em seus respectivos personagens,
que apesar de muitas vezes caricatos, trazem o tom certo que o filme tanto requer.
A direção é outro ponto positivo a ser comentado, utilizando
de muitos recursos interessantes de planos sequências, planos amplos e contemplativos,
além de jogo de câmeras veloz e excepcional nas partes de luta.
Se por um lado o longa acertou muito, por outro também não podemos
nos esquecer que tudo tem um limite, e os criadores do filme conseguiram ultrapassar
todos eles, começando pelas sequências de luta que ultrapassam qualquer tipo de
lei da física possível, imaginável, deixando o filme incrível , porém pouco acreditável
e palatável ao mesmo tempo. Quando você torna um personagem intocável como foi o
caso do que os roteiristas fizeram com o processo de caça ao John Wick, pra quem
assiste, este processo se torna surreal e moroso.
A duração do filme é outro aspecto que é de se preocupar, pois
andando em círculos a história é desenrolada em longas e cansativas duas horas e
quarenta, sempre sob uma mesma perspectiva precisamos caçar e matar o protagonista,
ele precisa fugir porque sim, pecando por não dar uma motivação maior para o personagem
prosseguir com a sua vida e querer viver e nos dando oportunidade para reavaliar
se realmente queremos que ele saía ileso de toda essa história, devido ao tamanho
de redundância e lacunas presentes na história.
As frases de efeito também podem ser um problema se você é se
sensível à conteúdo mal romantizado e piegas.
John Wick é encerrado de forma conclusiva, no entanto talvez
insatisfatória para maioria dos fãs, trazendo um final paradoxalmente esperado e
inesperado, contudo dando um ponto final que todos precisávamos depois de quatro
longas girando em torno de um mesmo assunto.
Pra quem curte só ligar a televisão, deitar e relaxar enquanto
assiste uma boa pancadaria sem fim vale à pena cada segundo deste filme.
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