Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

A nova faceta de Cruella

Dirigido por Craig Gillespie (Eu, Tonya - 2017/ A Garota Ideal - 2007) e roteirizado por Dana Fox (Encontro de Casais - 2009) e Tony McNamara (A Favorita - 2018), a nova aventura do Disney+ nos entrega a história da vilã mais cruel de todas, a abominável nem tão abominável assim Cruella De Vil, antes de realmente se tornar aquela Cruella que todos conhecemos dos desenhos e filme do 101 dálmatas.

Estella (Emma Stone) é uma jovem que teve uma infância difícil e sonha em se tornar uma grande estilista de moda. Ambientado em Londres nos anos 70, vemos a tentativa da jovem em integrar o mundo da moda quando a mesma consegue uma vaga de trabalhar com a estilista mais famosa daquela época a Baronesa (Emma Thompson), entretanto Estella descobre aos poucos que na verdade aquela que ela tem como maior referência é na verdade aquela em que ela menos pode confiar, desencadeando a partir daí diversos embates entre as personagens e obrigando Estella a finalmente ceder ao seu alter ego sedento por vingança e carregado de ira, Cruella.


A história é bem estruturada, tem movimento, é bem desenvolvida e ritmada. Apesar de muitos alegarem que o filme é longo eu sinto que eles conseguem suprir bem todo esse tempo de tela (cerca de 02h15 de longa) com histórias engraçadas, interessantes e dinâmicas que nos envolvem de uma maneira que não percebemos o tempo transcorrendo. Quando piscamos os olhos, o filme já está em seu terceiro ato.


A produção do filme é zelosa com a época e faz jus ao movimento Punk Rock tão presente nas ruas londrinas nos anos 70, principalmente trazendo consigo uma representante tão voraz a esse estilo de vida que é a própria Cruella. Uma mulher que não teve uma estrutura familiar, viveu nas ruas e sobreviveu através de furtos, tendo uma rotina desregrada e ousada que apenas um vilã poderia ter, aliás, vilania essa que para vocês que esperam uma Cruella dos filmes e desenhos irão ficar desapontados, assim como em Malévola, eles quiseram contar uma nova versão da vilã. Eu amo a parte em que ela é questionada sobre realmente ter cortado a pele dos dálmatas e ela alega que jamais faria isso, mas que as pessoas precisam de um vilão para acreditar e ela poderia cumprir esse papel, para mim esse é o ponto em que o roteiro acerta ao entregar que essa Cruella não é tão diferente assim da que todos conhecíamos, o que muda apenas é a perspectiva com a qual estamos a vendo, se o mundo precisa de um vilão é isso o que ela representaria com o maior prazer.


Emma Stone está muito bem no papel, ela entendeu a proposta do longa, ela não atuou ela brincou de ser má, dá para ver que foi isso que aconteceu. O contraste que existe nos momentos em que ela é Estella e quando ela é Cruella são muito notáveis em tela, os trejeitos dela muda, o tom de voz e o seu olhar mudam, sua risada se transforma em uma risada de um ser maligno e trevoso, esse é o poder de um real artista, de um artista que se entrega a um projeto de verdade, e isso é perceptível logo nos primeiros segundos de filme quando ela está narrando a sua própria história. Tudo bem que ela dá uma escorregadinha de vez em quando no sotaque britânico, mas isso a gente releva. Quanto a sua antagonista, a Baronesa, o trabalho de Thompson mantém a mesma qualidade de tudo o que ela sempre fez e apesar de um pouco caricata cumpriu com o papel, eu até consegui odia-la um pouquinho, que mãe desnaturada. 


Aliás o apontamento que eles fazem referente a você inconscientemente seguir com o caminho de seus pais, o quão parecidos conseguimos ser deles e a batalha que cada um de nós trava internamente para conseguirmos nos desvencilhar de heranças genéticas e comportamentais oriundas de nossa árvore genealógica é um trabalhado muito bem levantado pelos criadores e roteiristas.


A fotografia do filme tem um teor mais obscuro que cabe muito bem ao filme, entretanto sem perderem completamente a essência Disney. As roupas são deslumbrantes e revolucionárias, os efeitos também são muito bonitos, principalmente a cena do vestido vermelho que Cruella bota fogo.


Esse não é um daqueles longas que trabalham bem com os coadjuvantes ou que realmente dão a oportunidade deles trabalharem e brilharem o suficiente. Os poucos momentos de relevância que Horácio (Paul Walter Hauser) e Jasper (Joel Fry) aparecem podem arrancar algumas risadas dos telespectadores, porém nada digno de aplausos por parte do público. 


Com uma premissa de nos apresentarem uma nova Cruella, esse novo filme da Disney veio e veio para mais uma vez quebrar os paradigmas do que é ser um vilão, será que todos nós também não temos alter egos dentro de nós? Será que todos nós não temos esses mesmos resquícios de maldade e ruindade dentro de nós mesmos? Será que todos nós também não travamos grandes batalhas para lutarmos contra nossos instintos mais animais? Ao humanizarem esses vilões eles os aproximam de nós e ao os aproximarem de nós eles indiretamente os tornam mais fáceis de serem compreendidos, gostados e apreciados.

 

O filme estreou no dia 03 de Junho aqui no Brasil e está disponível para ser alugado no Disney+ desde o dia 28 de Maio pelo valor de R$69,90.


E vocês, o que acharam do filme? Deixe o seu comentário. 

Comentários