Dirigido por Enrico Casarosa (La Luna - 2011) e produzido por Andrea Warren (Lava - 2014), a nova animação da Pixar e Disney, lançado aqui no Brasil no dia 18 de Junho, já está disponível na plataforma Disney+.
Na história temos como figura central um menino monstro marinho chamado Luca que contra a vontade de seus pais se aventura na superfície com o seu amigo Alberto. Ambos se apaixonam pela moto vespa e decidem participar de um torneio para ganharem o valor necessário e comprarem a moto se unindo com a jovem e intrépida Giulia. Tudo isso, é claro, escondendo a verdade sobre serem monstros marinhos, tendo em vista o fato da cidade inteira teme-los e caça-los.
A produção está maravilhosa, a fotografia é muito limpa e cristalina. O desenho tem uma iluminação solar, mesmo em cenas em que os personagens estão no fundo do mar. A computação gráfica utilizada para criar os traços e formas dos personagens também é muito bonita.
Em relação ao roteiro eles acertaram em cheio e é impossível não ligarmos os acontecimentos do filme com o que minorias passam no mundo todo. Na hora em que os pais dele estão conversando no final do filme sobre Lucca nunca ser aceito por todo mundo, mas contanto que ele encontre as pessoas certas, ele será amado e aceito exatamente da maneira que ele é, é exatamente o que todas as pessoas que por algum motivo são diferentes do considerado padrão social passam.
O filme inteiro faz alusão a aspectos relacionados à aceitação, amor e diferenças. Que precisamos conciliar tudo isso e nos abrirmos ao que está fora de nossos paradigmas sociais. Tudo isso sem tirar o pé do chão, isso é o que mais me encantou. Em nenhum momento eles dizem: Pronto! O problema está resolvido, Lucca e todos os outros monstros marinhos serão aceitos pelos humanos!
A mudança é gradativa, mas tudo o que foi preciso para ela se iniciar foi a ousadia e coragem de Lucca e Alberto. Assim que eles se assumiram monstros do mar, logo em seguida vemos que outras pessoas da cidade que também viviam escondidas como humanos se sentiram seguras o suficiente para se assumirem e viverem livremente, existe referência maior a sair do armário?
É preciso resistência, coragem e perseverança para não ter medo de ser quem é, e no final quando Lucca finalmente consegue ir para a escola com Giulia entendemos que as mudanças estão apenas começando e que muitos outros desafios e limites terão que ser trespassados pelo protagonista a cada destino que ele se dispor a percorrer.
O filme não enrola, mas também não acelera em nada, a história é bem ritmada, bem equilibrada. A uma hora e quarenta de duração é muito bem trabalhada e a história é extremamente bem desenvolvida e entretém.
Eu amo a relação de amizade que é formada entre os três personagens centrais, sobretudo o elo criado entre Luca e Alberto que funcionou e emocionou. Quando Alberto abre mão do valor da moto para pagar a passagem de Luca para ele realizar o sonho de estudar foi o ápice da fofura e altruísmo.
Mais um trunfo por parte da parceria Disney e Pixar, Luca é uma dessas animações que encantam as crianças, mas que fazem sentido mesmo é para nós, adultos.
Eu não duvidaria nada se houvesse uma sequência aí pela frente, porque como aleguei, história é o que não falta. Aonde quer que o protagonista vá ele terá que lutar por aceitação, respeito e consciência.
E vocês, curtiram o filme? Se emocionaram? Deixe o seu comentário.
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