Dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin (A Grande Jogada), o longa conta a história real dos protestos contra a guerra do Vietnã que aconteceram no ano de 1968 no estado de Chicago, onde um ano depois um grupo de homens é acusado pelo governo federal de conspiração e são obrigados a passarem por um longo tribunal para provarem a sua inocência.
O roteiro caminha muito bem e tem movimento do seu começo ao fim, existe uma dinamicidade de ação e diálogos que acompanhados com uma boa pitada de humor é a receita perfeita para uma satisfatória sessão pipoca com a família. Ver como esses homens são retratados e o carisma de cada figura, é louvável, pois por mais que um não tenha nada a ver com o outro, todos eles nos fazem simpatizar e até mesmo nos compadecer com a situação na qual se encontram. O filme traz as diferentes perspectivas em relação à mesma situação, as motivações e a ideologia de cada um dos personagens que, como dito anteriormente, não tinham muito a ver um com o outro no quesito estilo de vida, alguns nem eram amigos e discordavam entre si na maneira de protestarem, porém que no fim das contas tinham como objetivo comum a interrupção de envio de jovens à guerra do Vietnã e o fim da Guerra.
Toda a questão da liberdade de expressão é um tema que nunca saí de moda, quando os personagens são intimados por apenas terem exercido o seu papel como cidadãos ao protestarem contra algo com o qual não concordavam é uma sacada inteligente por parte do roteiro, isso o telespectador da história, quem nunca se sentiu oprimido ou sem voz em algum momento da vida?
Não tenho muito o que reclamar sobre a história, me confundi um pouco com os nomes dos personagens apesar da pequena introdução de cada um, demorei para entender quem era quem, mas tirando isso, o desenrolar das situações, alegações e pleitos dos réus são bem construídos, coerentes e de fácil compreensão por parte do público.
Com um elenco variado e renomado que abrange nomes conhecidos do grande público como Sacha Baron Cohen (Borat), Eddie Redmayne (Garota Dinamarquesa), Jeremy Strong (Succession), Mark Rylance (Ponte dos espiões), Frank Langella (Drácula), Joseph Gordon-Levitt (500 Dias com Ela) , Michael Keaton (Birdman), dentre outros. Todos estão muito bem, cumprindo com os seus papéis da melhor maneira possível, entretanto Baron foi o sorteado da vez e recebeu o papel dos ovos de ouro. Do filme o seu papel é o que de fato exige mais de um ator em comparação com o dos outros, e não é à toa que de todas as ótimas e impecáveis performances do filme a indicação ao Oscar restou para ele.
A produção por parte da Netflix, novamente está de parabéns e conseguiu trazer todos os elementos e atmosfera dos anos sessenta ao filme. As roupas, cabelo, maquiagem, até a trilha sonora nos remete aos anos sessenta, tamanha a veracidade que eles tiveram o zelo de nos apresentar.
Aaron Sorkin já conhecido por usufruir de histórias reais e ganhar prêmios através delas, como aconteceu em 2011 quando ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado pelo filme A Rede Social que contava a história do famoso Mark Zuckerberg, responsável por criar o Facebook, sabia o que estava fazendo quando escolheu essa nova empreitada. Não medindo esforços para contratar a melhor equipe e elenco possível para tornar esse projeto algo memorável, tangível e sobretudo reconhecido.
Reconhecido, pois como o esperado pelos críticos desde o momento de seu lançamento, o longa está indicado a cinco categorias do Oscar 2021. Além da categoria de Melhor Ator Coadjuvante para Cohen, temos a indicação de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia.
Quando digo que este é um projeto propositalmente feito para o Oscar, se deve aos diversos artifícios que são utilizados no filme e que muitos diretores e roteiristas os utilizam sabendo a imensa proporção que aquele longa atingirá, normalmente tratando de assuntos reais, que por alguma maneira causaram impactos na sociedade em determinada escala, em determinado tempo. A relevância de enredo geralmente já um motivo honroso para que o filme atraia cada vez mais olhares de curiosos e indicações a importantes prêmios mundiais, tudo isso somado a uma produção como a da Netflix, um diretor/roteirista e atores de peso como os supramencionados, só uma coisa pode acontecer, Oscar na certa!
Feito aos moldes de uma gama de outros filmes históricos premiados e já vencedor do Globo de Ouro 2021 na categoria Melhor Roteiro de Cinema, Os Sete de Chicago é promissor e com toda a certeza conquistará o seu espaço em outros prêmios da temporada, resta a nós aguardarmos pelo dia 25 de Abril para comprovarmos se o filme realmente caiu nas graças da Academia e se é merecedor de estatuetas.
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