Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

O barulho silenciosamente ensurdecedor de Sound of Metal

O que você faria se do nada, de repente, tudo ficasse silencioso? Dirigido e roteirizado por Darius Marder, o longa original Prime Video vem ganhando cada vez mais destaque em premiações de renome. Foi indicado inicialmente ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator em Filme de Drama o qual não levou e agora o filme é um dos mais importantes da noite do Oscar 2021, que está por vir e agendado para o próximo dia 25 de Abril. O filme está concorrendo a seis categorias incluindo a mais importante da noite, o de Melhor Filme. 

A história gira em torno de Ruben Stone (Riz Ahmed), um jovem baterista que está em turnê com a sua banda e sua namorada Lou (Olivia Cook), e que aos poucos começa a perder a audição. É nesse momento em que o personagem é obrigado a mudar de vida e se readaptar a sua árdua e nova realidade. 

O filme é simplista, tem um tom mais intimista e não usufrui de grande produção. Esse é um daqueles longas que se não fosse original Prime Video e me dissessem que trata-se de um filme independente eu acreditaria, ele tem até mesmo um tom meio Nomadland por causa das viagens de trailer que o protagonista e sua namorada fazem ao longo da história. Dá para ver que eles tiveram poucos gastos com a produção, o que não é demérito nenhum, pelo contrário só torna a história mais crua, palpável e o seu tom realista nos aproxima ainda mais do personagem e a situação pela qual está passando. 

O que eles fazem com a sonografia do filme para se adequarem à maneira como Ruben escuta (ou não escuta) é simplesmente genial. Ouvir as diferentes formas de som, as distorções sonoras que o processo de surdez do personagem ocasiona a ele foi uma sacada e tanto da direção e pessoal da sonografia do filme rendendo-lhes a indicação à categoria de Melhor Som do ano, prêmio que eu acho muito difícil outro filme levar, afinal de contas, o foco desse filme é exatamente a sua sonoridade e nesse aspecto se consagram com um trabalho inigualável. 

Na questão de roteiro, indicado a Melhor Roteiro Original, o processo doloroso que o personagem passa é retratado de uma forma muito bem construída, sem grandes hipérboles, mas também sem perder a profundidade. Muito disso se deve a grande atuação de Riz, que soube trazer uma dramaticidade esperançosa ao seu personagem, com ápices de calmaria intercalados com momentos de cólera e impulsividade, mas sempre nos dando o ar daquele cara que tinha certeza que tudo ficaria bem e que juntando a grana necessária para fazer a cirurgia conseguiria enfim resolver todos os seus problemas e voltar ao grande amor de sua vida.

Aliás, uma das cenas mais fortes para mim foi exatamente o momento em que Ruben se despede de Lou, ver o altruísmo da moça em interromper a vida que eles estavam construindo para que ele pudesse enfim tratar o seu problema, e ver a reação estrondosa dele em não abandoná-la misturada com insegurança e medo de perdê-la foi tão bem feita, tão próximo do real, que me emocionou de verdade.

Paul Raci é outro nome do elenco que merece todas as honras possíveis, o ator arrasou na pele de Joe, o mentor de surdez de Ruben, toda vez que ele aparece você tem certeza absoluta que ele é um senhor veterano e experiente na área da deficiência auditiva, sempre com posicionamentos fortes e frases de efeito que não só colocam o protagonista em seu lugar como nos fazem refletir acerca dos assuntos e alegações apresentadas. Ambos os atores estão indicados, respectivamente, nas categorias Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.

Acompanhar Stone em sua nova jornada, agora sob a perspectiva de alguém com deficiência e sobretudo conhecer o cotidiano, o dia a dia e as técnicas utilizadas pelas pessoas quando são inseridas nesse mundo e "alfabetizadas" em Libras é interessante e talvez seja esse o grande artifício utilizado pelos criadores para nos manter ligados a cada ação do protagonista. 

Longe de ser o filme mais comentado e apostado da temporada, Sound of Metal surpreende no número de indicações e abre espaço para abordarmos assuntos relevantes, como o modo de vida de um grupo social muitas vezes deixado de lado e esquecido.

E você, o que achou do filme? Está torcendo para ele levar tudo na noite mais dourada de Hollywood? 

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