Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

Nomadland, Devagar sem Parar


Mais conhecida por seus trabalhos independentes, como em Songs My Brothers Taught Me (2015), a diretora Chloé Zhao está de volta, agora com uma obra prima que se chama Monadland. Em seu novo longa a diretora chinesa, que também atua como produtora e roteirista, nos traz uma parte cultural e social dos Estados Unidos que não é muito explorada em filmes, onde pessoas que são conhecidas como nômades, por viverem em trailers e passarem pouco tempo no mesmo lugar, sempre alternando de cidade e estado, procuram novas experiências e oportunidades de vida de maneira descompromissada e leve. 

Protagonizado por Frances Mcdormand (Fargo), a história é envolta ao redor de Fern, uma mulher de meia idade que acabou de perder o seu marido, por isso abre mão de seus bens para viver andando ao redor do mundo com o seu trailer, explorando o mundo e fazendo todas as coisas que não pôde fazer enquanto estava casada. 

O grande acerto do roteiro é evidenciar os prós e contras da radical decisão da personagem, por mais que a intenção pareça extraordinária, quem nunca sonhou em viver viajando? Também é mostrado a situações precárias pelas quais na maior parte do tempo essas pessoas são submetidas a passar, como ao chegar em um lugar frio e não ter como se esquentar decentemente ou quando elas são literalmente enxotadas dos lugares que estacionaram o seus trailers por terem parado em um local não permitido. Muitos também acabam perdendo eventos importantes relacionados às suas famílias por terem as deixado.

Ver como uma comunidade nômade funciona é instigante, o filme cumpre com essa proposta muito bem. Somos inseridos ao universo deles e levados a crer que todo mundo deveria, pelo menos uma vez na vida, por um curto período de tempo, se sujeitar a ter uma experiência do tipo.

Existe uma ética, um respeito e um senso de responsabilidade muito grande de um com o outro quando essas pessoas se reúnem. Não existe desperdiçar apenas o dividir e o reaproveitar , o que não serve mais para mim poderá servir para o outro, em suma, como a sociedade padrão deveria funcionar. 

O elenco é variado, tem bons atores, mas ninguém que realmente me fizesse querer levantar da cadeira e aplaudir. Frances é o foco e está excelente, eu diria que é quase cem por cento de certeza que a atriz será indicada ao Oscar, afinal ela carrega todo o filme nas costas, tendo em vista que a história consiste basicamente em viagens e belas paisagens.

A fotografia do filme é linda, os lugares pelos quais eles passam são exuberantes. A produção é simplória, as cenas foram gravadas com tantos poucos recursos que passam uma veracidade de que estamos vendo uma espécie de documentário. 

A cereja real do bolo está no fato de Chloé, como roteirista, ter tido a diligência e zelo de mais do que nos apresentar o percurso pelo qual Fern e seus amigos caminham, também nos expor as motivações de cada um para estarem onde estão e porque estão. A maioria deles, assim como Fern, também perderam alguém, também perderam algo e mesmo os que não perderam, estão neste caminho para encontrar algo maior, a si mesmos, uma filosofia de vida, de repente, suprirem o imenso vazio oriundo de uma inquietação inerente à alma humana. Uma mesma inquietação que todos nós facilmente conseguimos nos identificar. 

Eu não serei hipócrita, por mais profunda e especial que seja essa mensagem central do filme, de se desprender dos bens materiais, reavaliarmos os nossos valores, desconstruirmos nossas certezas, etc.. No final das contas tive muita dificuldade de me concentrar no filme, eu sinto que muitas cenas são jogadas, sem ter conexão umas com as outras, formando um compilado de situações aleatórias e que servem para preencher lacunas que eu não acho que teriam necessidade. A falta de movimento, também me chateou um pouco porque eu cochilava e tinha que voltar toda hora, algo sobre a mixagem de som ou edição de som, simplesmente me deixava ainda mais sonolento (me julguem) e chegou um ponto do longa que a única coisa que eu queria era que o filme chegasse ao fim e eu pudesse desligar o computador e dormir. Se for para assistirem, assistam de pé, com dois palitos nos olhos. rs...

Brincadeiras à parte, eu sei que tudo isso que eu mencionei acima são aspectos propositais do filme que optou por uma abordagem mais amena e intimista, mas deve ser levado em consideração de qualquer maneira, visto que o desenvolvimento de um filme é o que segura o espectador e Nomadland peca na falta de tempero.

Favorito de muitos críticos, o filme foi indicado ao Globo de Ouro 2021 nas categorias de Melhor Filme de Drama, Melhor atriz em filme de drama (Frances McDormand), Melhor direção (Chloé Zhao) e Melhor roteiro. Sendo super cotado em outras premiações que ainda não tiveram seus indicados revelados, como o Oscar e SAG Awards.

E vocês, o que acharam de Nomadland? Vai levar tudo no Globo de Ouro? Vai arrasar? Deixe o seu comentário.

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