A sequência de Mulher Maravilha (2017)
se perde um pouco na história, bagunça um pouco com a nossa cabeça, mas também
traz boas reflexões acerca da importância de aceitarmos a nossa realidade como
ela é e à partir disso transformarmos a maneira como vemos as nossas vidas.
No começo somos levados para a infância
de Diana Prince (Gal Gadot) enquanto participa de um torneio na ilha de Themyscira,
a menina que até então está na frente acaba sofrendo um percalço ao longo do
caminho ocasionando em sua queda, tentando se recuperar ela corta caminho, mas
quando chega ao destino a sua treinadora Antíope (Robin Wright) não permite que
ela jogue a lança da vitória, sendo que não ganhou de maneira honesta.
Obviamente que é através dessa deixa
que todo o resto da história se desenvolve.
Quando a pedra dos sonhos aparece
vários sonhos começam a emergir, Diana sonha em trazer o seu amado Steve Trevor
(Chris Pine) à vida, Barbara Minerva (Kristen Wiigz) sonha ser tão poderosa
quanto Diana e Maxwell Lord (Pedro Pascal) vai atrás da pedra dos sonhos para
tornar-se o homem mais poderoso do mundo, a própria pedra dos desejos.
A premissa principal da história é
questionar até que ponto vale à pena querermos coisas e o preço que temos que
pagar para conseguirmos realizá-las.
O fato de terem encerrado o filme
anterior no futuro e retornarem com o enredo nos anos oitenta, pode ter
confundido um pouco alguns dos espectadores a princípio, contudo ao decorrer
das cenas percebemos que nada mudou a não ser os anos e que há uma linearidade
de situações em comparação com os fatos narrados no primeiro filme da
super-heroína.
Dirigido por Patty Jenkins, também
responsável pelo primeiro filme, a produção do filme está muito boa nos
trazendo uma variação de cenas grandiosas e cenas mais calmas. A cena em que
ela está lutando na rodovia e vai atrás de Max, mas o carro tomba e ela
consegue dar um super salto é de encher os nossos olhos sedentos por ação,
impossível não amar.
Outro elemento que não poderia faltar é
a velha e boa comédia que já virou procedimento de praxe em filmes do gênero
super-heróis, e nesse âmbito temos o personagem alívio cômico e galã Steve,
muito bem feito e interpretado por Chris Pine, que supre a cota de perdido e
fora de seu tempo ocupado outrora por Diana no filme anterior.
Ao mesmo tempo em que a história é
legal, também incomoda por deixar pontas soltas imperdoáveis, como ao abdicar
de seus desejos Max deixa de ser a pedra, nos fazendo questionar para onde
teria ido a pedra? Ou, o personagem pagará por suas ações equivocadas ao causar
a maior crise já vista no planeta terra? Para onde foi Max? E o mundo,
conseguiu se reconstruir como após tanta catástrofe apresentada ao longo do
filme? E Amy consegue finalmente aceitar as suas fraquezas como Diana
conforma-se com a partida de seu amado?
Eles focam tanto na protagonista que
acabam cometendo o grave delito de esquecerem de seus coadjuvantes, como se
eles não importassem sendo que o mundo já está salvo e isso não é verdade.
Tendo em vista o cuidado e eficácia que o roteiro expressa no início do longa
ao nos apresentar os seus vilões, as suas dores, frustrações e motivações, era
de se esperar que eles tivessem um enfoque conclusivo maior neles, proposital
ou não, isso não ocorreu, deixando sim, uma lacuna estratosférica no terceiro
ato do filme.
As atuações estão muito boas, Pedro Pascal
entrega um vilão ameno com o qual conseguimos de alguma maneira nos identificar
e até nos compadecer, afinal de contas, quem também não quer ser um realizador
de sonhos e ajudar todas as pessoas do mundo? Kristen Wiigz é outra que vai
crescendo ao longo do filme e cumpre com o papel se transicionando de uma tola
a uma mulher forte e empoderada. Gal Gadot manteve o seu padrão, mas não merece
mérito por isso, o seu papel, cá entre nós, não é o mais difícil de ser feito
rs (me julguem).
Em suma, Mulher Maravilha 1984 é um
filme que tem as suas falhas, poderia ter sido melhor, poderia ter sido
encurtado, duas horas e meia é muito tempo para pouco conteúdo, teve sim
enchiçao de linguiça e como dito anteriormente, pontas soltas, contudo é um
filme que entretém a família, tem ação, tem luta, tem emoção e para os fãs da
DC, quadrinhos e super-heróis não pode deixar de ser assistido.
E vocês, curtiram o filme? Se frustraram com a história? Deixem o seu comentário.
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