Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

Lupin - parte 1

Criada por George Kay e François Uzan, protagonizado por Omar Sy (Os intocáveis), a história gira em torno do personagem Assane Diop, um homem misterioso que tem como principal objetivo roubar um colar que descobrimos mais para a frente que está ligado com a história de seu pai e seu próprio passado.

Ao contrário do que muitos pensam, não trata-se de uma série sobre o Lupin dos livros de Maurice Leblanc, pelo menos, não diretamente. Ao longo dos episódios vamos vendo diversas referencias a cerca da série de livros, muitas das estratégias de Assane são baseadas nas atitudes do personagem que é considerado uma espécie de Sherlock Holmes frances, contudo, ainda assim, é uma história a parte.

Gostei muito da maneira como a história é introduzida, essa foi uma das séries mais gostosas de assistir, logo de cara me simpatizei pelo roteiro e produção.

Tiveram momentos é claro em que eu simplesmente não consegui entender aonde queriam chegar, não sei se por erro ou apenas por intenção própria. Ao mesmo tempo em que os planos do protagonista eram geniais, alguns também acabavam sendo um tanto quanto estúpidos. Como o momento da fita, ele preferiu procurar um tablóide não confiável que simplesmente jogar o vídeo onde Hubert Pellegrini (Hervé Pierre) negociava a venda de armas com terroristas em sua conta no Twitter, cadê o sentido nisso? Outro ponto que para mim parece ser um erro de roteiro é o fato dos “colegas” de crime de Assane simplesmente não aparecerem mais na história ou não quererem vingança do mesmo ao tentarem entregar a sua identidade  após o desastre que ocorreu no leilão, nada disso tira o fato do show ser atraente, mas são alguns dos pontos falhos para mim.

Com um mistura de Revenge, La Casa de Papel, O Gambito da Rainha e pasmem, até mesmo com alguns elementos de Bom dia Verônica, ela é tudo o que fãs de mistério e investigação amam, intercalando, obviamente, com o bom e velho alívio cômico que não pode nunca faltar em grandes produções. Tirando os pontos mencionados acima, a série me entreteve do começo ao fim, sem dúvidas tudo colocado nela funciona muito, mesmo as coisas que não foram tão bem explicadas (espero que o sejam na próxima parte).

As atuações convencem, Omar Sy cumpre com precisão o papel de filho injustiçado e intelectualmente ousado, e o idioma francês me encanta, assistam legendado, por gentileza! Rs...

Os personagens coadjuvantes são todos muito bem utilizados também. O vilão Pelegrini é um pouco caricato no sentido de até a própria família ter receio de contrariá-lo, contudo nesta primeira parte ainda não tivemos a oportunidade de ver cem por cento de sua personalidade, espero que ele volte com mais sangue nos olhos nos próximos episódios. A ex esposa de Assane Claire (Ludivine Sagnier) tem o seu charme, Juliette Pellegrini (Clotilde Hesme) é a filha classuda do vilão apaixonada por Assane que teve o seu coração partido pelo mesmo e que tudo indica que dará muito pano para a manga na história ainda. No entanto, apesar de todos terem a sua importância para a trama a personagem que para mim foi uma divisora de águas com sua aparição foi sem dúvidas Fabienne Beriot (Anne Benoît), além de ser enriquecedora e dar movimento aos episódios, também foi responsável por alguns dos momentos mais legais dessa primeira parte. Inclusive não acho que se desfazer da personagem foi a melhor das escolhas, tendo em vista a sua importância, eu com certeza acredito que ela poderia ser mais bem utilizada futuramente, mas agora é tarde demais.  

A produção e fotografia são impecáveis e logo no primeiro episódio já me deixam boquiaberto com as cenas de ação. Na hora em que os bandidos estão fugindo com o colar, é uma cena e tanto. Outro momento que eu amei foi quando o drone entra na casa de Pellegrini e faz todos aqueles marmanjos de idiota, é uma bela sequência de cenas muito bem gravadas.

Outro tópico muito bem levantado que não pode ser deixado de lado é quando a série entra no racismo que camufladamente o protagonista e seu pai são alvos desde o momento em que entram na vida da família Pellegrini, um retrato fiel de nossa sociedade contemporânea onde a maior parte dos crimes relacionados à cor da pele são velados e estruturais. A parte em que Babakar Diop (Fargass Assandé) tenta abrir a porta do carro que Anne Pellegrini (Nicole Garcia) está, para ajudá-la sendo que é o novo motorista contratado por Hervé e ela entra em pânico, travando a porta, nitidamente assustada pelo fato de um homem negro estar mexendo na tranca do carro, é um lamentável porém verídico episódio vivenciado por milhares de pessoas negras ao redor do mundo.

Com um instigante final e deixando pontas soltas, a segunda parte da primeira temporada de Lupin está no topo da minha lista de espera.

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