Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

Cobra Kai - Terceira Temporada

 

Após perder o Dojo Cobra Kai para seu ex sensei e ter que lidar com os acontecimentos drásticos do final da temporada passada, Johnny Lawrence (William Zabka) é obrigado a olhar para dentro de si e se reestruturar como pessoa. 

A temporada para mim consegue muito bem manter o nível das duas primeiras, inclusive, em muitos momentos sendo ainda mais eficaz que as anteriores. 

Quando Daniel Larusso (Ralph Macchio) percebe que quase perdeu a sua filha e que o Karatê pode trazer muitos danos a tudo o que já construiu ele opta por encerrar o Dojo Miagi Do no final da segunda temporada, nos trazendo apenas uma certeza, Miagi Do retornaria mais forte que nunca, afinal de contas, uma vez no jogo sempre no jogo. Estamos cansados de ver esse tipo de "abandono" em séries e filmes, como Kill Bill e John Wick, onde os personagens querem se desvencilhar de seus passados, mas o passado está tão intrínseco em suas almas que não quer se desvencilhar deles.  

Sim, de fato existe uma previsibilidade nas ações dos personagens, eu mesmo, discutindo com uma amiga minha já tinha certeza de que o Johnny e Daniel se uniriam em algum momento, que Miguel (Xolo Maridueña) perderia os movimentos de suas pernas, mas tudo ficaria bem (tipo novela mexicana rs), contudo mesmo com a história tomando um rumo muitas vezes esperado, a maneira como os roteiristas nos contam esse processo é deliciosa, alternando de partes muito profundas, partes de comédia e alívio cômico e por último e não menos importante, as partes cheias do bom e velho fan service que estamos tão habituados a ver em Cobra Kai. 

Nesta terceira parte temos menos movimento que a segunda, no entanto uma maior dinamicidade de situações, o que não aconteceria se o terreno não tivesse sido tão bem estruturado anteriormente. 

É incrível como eles acertam no timing ao resgatar determinado assunto do passado, a série é Cobra Kai, mas Karatê Kid está mais vivo que nunca em cada segundo de cada episódio. Eles viram que a receita rendeu bons frutos e não hesitaram em reutilizá-la nesta temporada. Eu simplesmente amei como eles trouxeram de volta os personagens do segundo filme da franquia, ao engancharem os problemas profissionais de Daniel em relação à imagem de sua concessionária que está passando por uma grande crise devido à rebelião na escola a uma viagem a Okinawa, proposital, mas mesmo assim, muito legal. Todo esse núcleo Okinawa é muito nostálgico e emocional, desde o momento em que ele chega no território ao momento em que ele finalmente encontra as cartas escritas pelo Sr. Miagi (Pat Morita) à sua amada Yukie (Nobu McCarthy). Quando ele se reconcilia com Chozen (Yuji Okumoto) é outro grande auge da temporada para mim, afinal de contas, Chozen era simplesmente odiável no filme.

Outro grande elemento que os roteiristas usufruiram  para mim é a relação paterna entre Johnny e Miguel que nesta temporada ganha ainda mais destaque e força, eu gostei do jeito como a conduziram. Não basta Johnny ser um amigo/sensei, como também acaba se tornando uma espécie de fisioterapeuta e psicólogo do garoto, nos trazendo as piadas mais cômicas e irreverentes da temporada, eu que não sou de rir, ri.

O vilão é umas das cerejas do bolo, há muito eu não via alguém tão detestável, há tempos eu não me compadecia tanto com os mocinhos. Toda vez que Kreese (Martin Kove) aparecia na tela eu me segurava da cadeira para não avançar nele (mesmo sabendo que eu apanharia feio dele rs). ​Achei ótimo também terem contado mais sobre o passado dele através de flashbacks, as cenas são muito bem feitas, tem uma fotografia maravilhosa e através dessas lembranças conseguimos entender melhor as motivações do personagem e as circunstâncias que o moldaram e o tornaram esse ser tão  intragável.

Por último e não menos importante, a aparição de Ali (Elisabeth Shue) foi legal de se ver, mas também um acontecimento bem morno que no final das contas não fez muita diferença (por enquanto), eu não duvido que futuramente a personagem reapareça na série com um pouco mais de emoção e conteúdo.

É óbvio que tiveram coisas no roteiro que não me caíram muito bem e me incomodaram, ninguém na vida real que cai da altura em que o Miguel caiu consegue se recuperar em tão pouco tempo. A série nesse sentido teve muita pressa, o que banalizou o acidente que outrora havia sido tão grave e estarrecedor, porém se tratando de um show onde o público alvo é o mais jovem, é de se compreender que eles não quiseram prolongar muito este assunto que poderia se tornar maçante caso se estendesse a mais uma temporada.

Os atores, como sempre mandaram muito bem, sobretudo os atores adolescentes e mirins que são maravilhosos. Peyton Roi List que interpreta a impiedosa Tory é a minha grande predileta no quesito atuação, toda vez que ela aparece com aquela marra de bad girl eu ficava vidrado (e apavorado rs). Jacob Bertrand, o Falcão, é outro que consegue transparecer o tipo de emoção que o roteiro pedir da maneira mais natural possível, ele vai desde o nerd inseguro ao ávido terror do karatê, tudo com o mesmo personagem, quer mais poder que isso?

Logrando de uma trilha sonora eclética e oitentista, a produção está cada vez melhor, agora sob a supervisão da Netflix, eles investiram pesado no show. Só a viagem a Okinawa deve ter custado bem caro para a série, mas quando estamos falando de Cobra Kai não há investimento perdido.  

No geral, a série mantém o seu padrão, eu amei cada parte da temporada, já esperava quase tudo o que aconteceu, mas mesmo assim amei. Eles não deixaram nada a desejar, mantêm o ritmo, acertam nas piadas, acertam nos momentos de reflexão, tudo na medida certa, sem hipérboles, sem exageros e extravagâncias. Maratonei toda em um dia.

Já estou ansioso para a próxima temporada. E vocês, o que acharam? Deixem o seu comentário.

Comentários

  1. Medo de esticarem demais e acabar virando sendo um final GOT... A série tem potencial para terminar por cima...

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    1. Com certeza Thi, mas eu realmente acredito que a série tem de tdo para render bastante frutos ainda, mais personagens dos filmes para trazer à tona.

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