Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

O Céu da Meia Noite - Com Spoilers

Inspirado na obra homônima de Lily Brooks-Dalton, dirigido e protagonizado por George Clooney, o novo sucesso da Netflix nos traz drama, ficção científica e muitos momentos de tensão. 

Com um visual diferente do qual estamos habituados, é um choque ver o quanto o ator mudou para se encaixar no personagem Augustine, um solitário cientista no Ártico que tenta impedir que Sully (Felicity Jones) e seus colegas astronautas voltem para casa em meio a uma misteriosa catástrofe mundial.

O roteiro apesar de simplório, consegue provocar as mais variadas reações, desde surpresa ao verdadeiro terror, e não é exagero de minha parte, tiveram momentos em que eu simplesmente não consegui me segurar colocando a mão na boca, momentos  que eu ri e momentos de emoção. 

Ao deixar todas as pessoas irem embora, Augustine é o único a permanecer no ártico numa espécie de central de controle, onde tenta comunicação com a estação espacial chamada Aether, cuja missão é encontrar um novo planeta habitável denominado K-23. Tendo em vista que estão prestes a retornar à terra para salvá-la, os astronautas não fazem ideia que na verdade os dois anos que passaram fora foram decisivos para que o planeta conseguisse se auto-destruir ao ponto de não existir mais uma solução. Não obtendo êxito na comunicação Augustine decide procurar uma outra torre de comunicação, longe de onde está e é nesse trajeto que a história se desenvolve.

É importante ressaltar que antes de sair em sua jornada o protagonista se depara com a presença de uma menina dentro do local, o levando a mandar diversas mensagens para os helicópteros que saíram do ártico a fim de ajudar a menina, contudo também não conseguindo se comunicar com ninguém. 

A interação do personagem com a menina é uma das minhas partes prediletas do longa, amo quando ele coloca ela para dormir em um quarto e ela volta para o quarto dele, ou quando eles estão brincando com as ervilhas. Não deixando a menina para trás o homem prossegue com a missão e ambos embarcam nessa grande aventura.

Após a sua partida rumo ao novo centro de comunicação somos presenteados com diversos momentos de vida e morte que são explorados pelo cientista e a garota. Quando eles estão dormindo em uma espécie de abrigo e o lugar começa a afundar no gelo e Augustine consegue salvar a menina, mas perde o Snowmobile (tipo de Jet Ski da neve) e com ele o seu aparelho de hemodiálise, ali temos a certeza que agora não é mais um questão de sobrevivência do personagem e sim de cumprir a missão e alertar Sully e os outros a não retornarem à terra. 

Por outro lado temos Sully e sua equipe que mesmo tendo encerrado a missão com sucesso também não conseguem comunicação com o planeta terra. Achando estranho a veterana prossegue na tentativa de contato até que por mim, se deparando com um planeta terra literalmente deteriorado, da estação espacial finalmente consegue contato com Augustine que conta tudo sobre a realidade atual da terra a eles. 

Gente, essa cena em que a estação está se aproximando da terra é de outro mundo, nem tanto pelos efeitos gráficos, mas sim pelo efeito que é causado em nós ao ver o que nós conhecemos como planeta terra de um ângulo frontal, completamente desconfigurado e degradado. 

Intercalando a linha temporal da história entre o agora e flashbacks, nos deparamos com uma versão mais jovem de Augustine, que foi o responsável por estudar a possibilidade da existência de um planeta com vida fora da terra e a relação conflituosa com Jean Sullivan (Sophie Rundle), sua namorada.

O grande plotwist da história é quando descobrimos que a menina que estava com ele nunca foi real, e sim uma espécie de mecanismo de defesa que o personagem criou para conseguir concluir a sua missão, a menina na verdade é a filha de Jean, não fica claro no roteiro, mas provavelmente filha dele, que ele se recusou a conhecer quando jovem e que é Sully, a astronauta a quem ele tinha como imcubência convencer a não retornar ao planeta terra.

O mais incrível é que o roteiro foi construído exatamente para nos induzir a acreditar que a menina é real, desde o primeiro instante que aparece na tela ao último. Pequenos resquícios como uma mãe no início do filme procurando a sua filha desaparecida antes de entrar no helicóptero, quando Augustine encontra um prato com cereais que não era o dele e o momento em que a cozinha está em chamas e posteriormente ele a encontra escondida corroboram para a nossa certeza de que Iris (o nome da menina) seja real. 

Em uma discussão com uma amiga, a existência da garota virou pauta, de um lado tinha eu, que criei a teoria de que ele criou essa ilusão de maneira consciente para conseguir concluir a sua meta e do outro ela que acredita que ele estava alucinando sem querer, seja qual for a sua opinião, uma coisa é fato, é um bom reviravolta na trama que traz muito peso e profundidade ao enredo, sendo que as motivações do cientista eram muito mais complexas que as até então apresentadas, mais paternas, eu diria. Rs...

Desde o momento em que ele perde Iris no meio da nevasca e com os raios solares, do nada ele avista Jean e logo depois a menina, imaginei que ela não fosse real, não sei, tinha algo de estranho ali.Eu só não fazia ideia de que ela era Sully.

Com um elenco bem escalado que cumpre bem o papel, a direção muito bem elaborada pelas mãos de Clooney e um roteiro carregado de simbolismos e metáforas, O Céu da Meia Noite, é tudo menos raso. 

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