Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

Mank - Crítica

 

Dirigido por David Fincher e escrito pelo seu próprio pai, Jack Fincher, Mank nos relata os bastidores turbulentos do que hoje é considerado um dos melhores filmes já inventados, o clássico Cidadão Kane. 

Na história é relatado como Herman J. Mankiewicz (Gary Oldman), foi o verdadeiro responsável por escrever o roteiro do filme, diferentemente da versão com a qual estamos habituados, a de que Orson Welles (Tom Burke) foi o responsável pela história. No filme fica claro o que ocorreu durante a produção do roteiro, as picuinhas de Herman com os seus chefes da MGM (Metro-Goldwyn-Mayer), que é uma empresa norte-americana de comunicação de massa, envolvida com a produção e distribuição de filmes e programas televisivos e principalmente a sua antipatia por William Hearst (Charles Dance), o chefe dos chefes. 

O filme é ambientado nos anos trinta, foi gravado todo em preto e branco nos remetendo obviamente ainda mais ao Cidadão Kane (1941). A produção do filme é muito sofisticada e nos traz todas as características típicas dos filmes de época, desde o vestuário, aos efeitos sonoros e visuais. 

É lindo de se ver como eles souberam trabalhar com a temática anos trinta de maneira tão ampla, desde os elementos mais pessoais aos mais sociais, digo isso, pois a história por mais que fechada nos dramas de Herman com os seus superiores e vícios, trata de temas como política, economia, saúde mental e por último e não menos importante, cinema!

Para os fissurados pelo universo cinematográfico, Mank é uma obra de arte de encher os olhos, daquelas que você assiste sem piscar.

No começo do longa nos deparamos com fatos interessantes, como um marco histórico, o início de transição do cinema mudo para o falado e como isso pesou na época para muitos artistas, também vislumbramos a maneira como os estúdios trabalhavam, como os roteiristas se reuniam para discutir os temas dos mais variados filmes e até mesmo a relação dos estúdios com os seus artistas. Na época o artista firmava contratado fixo com os estúdios e só podiam trabalhar com eles, mais ou menos como funcionam as emissoras de televisão aqui no Brasil. 

Ao adentrarmos a vida de Mank, também adentramos, mesmo que indiretamente, a Cidadão Kane e aos poucos começamos a entender como o tão famoso personagem foi se estruturando em sua mente, afinal de contas, o clássico não passa de uma sátira de Hearst, seu chefe, e como o mesmo lidava com as notícias e os conglomerados jornalísticos pelo qual era responsável na época. Ao mexer com um homem tão poderoso, os estúdios não queriam se comprometer com o longa, recebendo recusas de todas as partes, até que quase por um milagre, Orson apareceu, e acreditou em seu trabalho. No início, Herman acordou que não gostaria de levar nenhum crédito por seu trabalho, no entanto, não é bem o que aconteceu. 

O elenco cumpre bem o seu papel, além de Oldman, algumas artistas renomadas como Amanda Seyfried que interpreta a atriz Marion Davis e Lilly Collins que interpreta Rita Alexander, uma assistente de Herman também fazem parte do elenco. Amanda, inclusive, está super cotada para o Oscar de 2021 pelo papel, será que vai rolar? Não me surpreenderia se Oldman também fosse indicado, afinal, não teve uma vez sequer que eu não acreditasse que ele é o verdadeiro Mank, apesar da pouca semelhança física com o verdadeiro, ele mandou muito bem (como sempre né) rs. 

O filme me encantou e apesar de alguns contextos históricos terem me confundido um pouco à princípio, como quando usufruíram muito de política, toda aquela questão do partido republicano e democrata, e o burburinho dos estúdios estarem se mudando para a flórida por causa dos comunistas, me pegou um pouco de surpresa, entretanto parando para pensar, foram muito bem inclusos no filme, sem essas ocorrências teria faltado algo tendo em vista que todas aquelas distorções políticas proporcionadas pelos estúdios foram um dos estopins para o surto que motivou Mank a escrever o seu tão aclamado roteiro. 

A Netlix não é boba e sabe que filmes que falam de filmes é sinônimo de indicações, proposital ou não, Mank se consolida como o filme predileto para a próxima temporada de entrega de troféus e seria estúpido da minha parte não torcer por tais indicações, tendo em vista que estamos falando de um filme se não atrativo aos olhos, bastante instrutivo em relação a como esse mundo dos negócios e cinema funciona. 

Vale lembrar que o roteiro foi escrito em meados dos anos noventa por Jack Fincher, porém recusado por diversos estúdios.  Após a sua morte, em 2003, e na posse de seu igualmente talentoso filho, David, o moço conseguiu finalmente tirar o projeto do papel e construir algo grandioso, não seria louvavél levar uma indicação de melhor direção no Oscar? Estou muito na torcida.

Mank, no entanto, não é para todo mundo, em alguns momentos parece ser prolixo demais, rebuscado demais, se você não conhece um pouco da história de cidadão Kane pode boiar um pouco (foi o que aconteceu comigo), contudo conforme vai se aproximando do terceiro ato, tudo vai se encaixando e finalmente você entende o que tá ocorrendo ali. Para os admiradores da sétima arte, cada segundo vale à pena, pelo classismo, estética, beleza e o mais importante imponência da obra.​

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