Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

Bridgerton - Primeira Temporada

 

Criada por Chris Van Dusen e inspirada na célebre série de livros da escritora Julia Quinn, agora sob o poder da produtora de Shonda Rhimes (Shondaland), temos finalmente entre nós, uma das séries mais aguardadas por mim e todos os fãs de Shonda, Bridgerton. 

Para começar, a série é narrada pela nossa eterna Mary Poppins, Julie Andrews, que é a Lady Whistledown, simplesmente a personagem mais importante e onipresente da série. 

O show funciona como uma espécie de Gossip Girl de época, onde Whistledown é a grande fofoqueira da alta sociedade londrina do século dezenove. Ela escreve sobre todas as maiores fofocas e pública em seu "jornal", que é distribuído como se fosse panfleto no meio da rua.  

A primeira temporada é exatamente a história do primeiro livro de Quinn nomeado O duque e eu, que conta a história de Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor) que está debutando, logo de cara Daphne se torna a grande favorita da rainha, se tornando a grande celebridade da temporada de casamentos do ano de 1813. 

Apesar de possuir muitos pretendentes, nenhum ainda pediu a sua mão e esse é o ponto em que ela conhece um jovem rapaz recém chegado na cidade, Simon Basset, o Duque de Hastings (Regé-Jean Page). Após seis longos anos viajando pelo mundo, o belo rapaz retorna à Londres. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para as suas filhas, entretanto, o intuito de Simon é nunca se casar e ter filhos. 

Criando um laço com o rapaz, Daphne cela um pacto com ele, ambos fingem estar em um relacionamento um com o outro para apressarem os admiradores de Daphne a pedirem a sua mão, por outro lado para que as mães da alta sociedade parem de encher o saco do Duque e por último e não menos importante, para enganarem a maior de todas as fofoqueiras, Lady Whitlesdown. 

BRIDGERTONS: 

Vale à pena deixar claro que a história tem muito mais a oferecer que um simples romance adolescente, existem diversos núcleos divertidos e interessantes, comecemos pela família inteira Bridgerton, uma família aristocrata formada por oito filhos e uma matriarca víuva e amável, Lady Violet Bridgerton (Ruth Gemmell), que diferente de muitas mães e pelo fato de ter tido um relacionamento muito bom com o seu finado marido acredita que amor é muito mais importante que status. 

O filho mais velho é o Anthony (Jonathan Bailey), ele é superprotetor de Daphne e responsável pela família inteira na vacância de seu pai, entretanto em muitos momentos ele extrapola um pouco nos cuidados e passa a se tornar um verdadeiro ditador. Ele é apaixonado por Siena Rosso (Sabrina Bartlett), uma cantora de ópera, e não consegue assumir o romance, tendo em vista que a mulher não é da alta sociedade e não faz parte de seu universo. Esse é um personagem que não conseguiu me conquistar, na verdade, criei uma grande antipatia por ele logo nos primeiros minutos da série, espero que futuramente consigam se aprofundar mais nele me fazendo entender os motivos pelo quais ele age da maneira que age. 

O segundo irmão é Benedict, esse quase não aparece na série, faz a linha artista, e por ser o segundo filho sabe que pode ter uma vida mais tranquila que a de Anthony, se jogando em experiências mais ousadas. Nessa primeira temporada Ben está sendo introduzido ao mundo liberal artístico e não ficou claro, mas tudo indica que sim, se tivermos uma segunda temporada, é bem possível que ele explorará mais a sua sexualidade e venha a se descobrir um LGBT. 

Colin (Luke Newton), é o terceiro, ele é um dos meus personagens prediletos. Carismático o menino mostra integridade, desenvoltura e muita fofura toda vez que aparece. Não sei se é por causa do personagem ou o ator, mas é impossível não dizer que eu amo o Colin! Ele vive um breve relacionamento com Marina Thompson (Ruby Parker), prima longinqua dos Featheringtons, entretanto, as coisas não saem exatamente como ele planejou. 

Daphne é a quarta filha e a protagonista, ela é sonhadora e delicada, a perfeita adolescente debutante do século dezenove que sonha em encontrar o homem perfeito para se casar, ter filhos e passar a vida inteira ao lado de seu amor. Ela é muito bonita e chama a atenção de todos os jovens. 

A quinta filha é Eloise (Claudia Jessie), outra que está na minha lista de personagens prediletos, diferente da irmã, Eloise é o mais próximo de uma feminista que a série nos apresenta, ironiza o sistema matrimonial da época, está sempre questionando tudo, sonha em poder estudar e ser independente. Está sempre batendo de frente com as regras e os pensamentos retrógrados da alta sociedade e é a maior fã de Lady Wistledown pelo fato de ser a única mulher que ninguém ainda consegue calar. Ao longo da temporada é incubida pela rainha a descobrir a identidade de Whitlesdown. 

Em sexto temos Francesca Bridgerton (Ruby Stokes) que aparece apenas nos últimos episódios, em duas ou três cenas, não é muito comentado sobre ela, mas entendi que mora em Paris. Os dois últimos são os caçulas Gregory (Will Tilston) e Hyacinth (Florence Hunt), pelo fato de serem muito jovens não é explorado muito sobre eles, porém são engraçados, os atores mandam super bem e toda vez que aparecem é para de alguma maneira serem o alívio cômico da série. 

FEATHERINGTONS: 

Os Featheringtons é uma família aristocrata que está passando por uma crise financeira. Diferente de Violet, Lady Portia Featherington é uma mulher ambiciosa que quer apenas o melhor para as filhas, o seu casamento está de mal à pior e muitas vezes acredita em amor por comodidade financeira. Ela tem três filhas mulheres, sendo elas: 

Prudence e Phillipa Featherington, ambas as personagens são deixadas um pouco de escanteio pelo roteiro, mas eu acredito que se houver uma segunda temporada serão mais bem utilizadas. A terceira filha é a que realmente tem relevância (até demais, entendedores entenderão), que se chama Penélope Featherington (Nicola Couglan), ela é uma jovem gorda, fora dos padrões para a sociedade e que sofre de amores por Colin Bridgerton (quem não?). Ao descobrir que sua prima Marina está tendo um relacionamento com Colin, Penélope é obrigada a ter que escolher entre o amor de sua vida e a fidelidade com sua prima. Todas as três irmãs estão "encalhadas" e raramente arranjam um interesse nos bailes das temporadas.

Lorde Featherington (Ben Miller) é outro personagem que não aparece tanto na trama, mas sabemos que ele não vale o pão que come, é um viciado em jogos de azar, está sempre fazendo apostas altas e tudo indica que trai a esposa em bórdeis pela cidade.  

DUQUE DE HASTINGS:

Rejeitado pelo pai por possuir uma deficiência em sua fala, ele é criado por Lady Danbury (Adjoa Andoh). Hastings é um personagem que eu também não me simpatizei muito, me julguem. Tudo bem que ele é um personagem com muitos traumas e feridas, mas o fato dele colocar um trauma em frente ao grande amor de sua vida não funciona para mim, é como dar murro em ponta de faca, o ator é muito bom, cumpre com a proposta, o meu problema mesmo é com o personagem, não li o livro, portanto não sei dizer se ele seguiu fielmente, contudo posso declarar o meu cansaço perante as suas chatisses. Por outro lado, sua "cuidadora", Danbury é maravilhosa, que atriz, que papel, toda vez que ela aparece eu me deleito! Inclusive, amo a cena em que ela está fazendo o encontro com as mulheres casadas, é muito bom ver a interação entre elas. 

RAINHA E REI:

A rainha Charlotte (Golda Rosheuvel), é outra peça rara, ela é uma mulher forte e não muito resiliente que gosta que as coisas sejam literalmente de sua maneira. Por outro lado o rei quase não aparece, mas o roteiro dá a entender que o mesmo sofre de uma grave doença que seria alzheimer.

MARINA THOMPSON:

A prima distante dos Featheringtons, faz parte de um dos núcleos mais legais da série, tendo em vista que é uma jovem que engravidou sem estar casada, um verdadeiro escândalo para a época, ver como a série trata o tema é muito legal, afinal de contas, estamos falando de uma época em que as mulheres não tem direito algum. Vendo-se sem saída e aproveitando que está no começo da gestação Marina decide usar Colin Bridgerton para se casar o mais rápido possível e não ficar mal falada, tudo isso com a ajuda de Portia Featherington.


Gente, a produção da série é impecável, desde as roupas, cenários, iluminação, fotografia, simplesmente impecável. Nós entramos em sua atmosfera como se fizéssemos parte dela, eu não consegui parar de assistir, maratonei tudo em apenas um dia. Não tem como não amar os personagens (alguns mais que outros obviamente), todos tem algo para contar, é uma história que sabe muito bem utilizar os seus coadjuvantes e retratar muito bem as diferentes experiências que a época acarreta em cada uma das diferentes figuras, seja ela masculina ou feminina. 

Por parte do masculino, temos todo o peso de ser homem, as grandes responsabilidades e o controle que o homem tinha a obrigação de impor em relação à suas esposas e famílias, muitas vezes o próprio Antony ou Benedict se viam amedrontados, sem saber o que fazer por toda a responsabilidade que significava ser homem, e apenas reiterando, não estou defendendo o machismo da época, mas apenas explanando o significado do que era ser homem na época. Por parte das mulheres a problemática é ainda maior, pois entramos em camadas mais e mais problemáticas, a mulher tinha que ser apresentável, bonita, magra, delicada, ser virgem, pura, condescendente, tudo isso sem reclamar, sem ter uma voz.

Bridgerton sabe utilizar disso tudo ao seu favor e nos contar uma bela história de picuinhas e escândalos, que vem embebidos de crítica e alfinetada social. 

Ver Shonda participar de um projeto como esse, mesmo que como produtora, é no mínimo curioso, afinal de contas, as suas protagonistas são sempre cheias de poder, força, independência e liberdade.

Dentro das possibilidades da época digamos que realmente Daphne é uma mulher e tanto, mas compará-la com uma Meredith Grey ou uma Olivia Pope é delirar.

O enredo não enrola, as coisas fluem naturalmente, não existe um episódio que seja desnecessário ou um momento que me desse vontade de desligar o notebook. 

Com uma primeira temporada muito bem fechada, aliás, fechada até demais, afinal tudo dá a entender que a identidade de Lady Whistledown foi revelada. É um pouco preocupante o futuro que a série poderá tomar, sendo este o maior segredo que nos seguraria até um possível final oficial.

Basta a nós aguardarmos por uma nota oficial da Netflix em relação à segunda temporada de bailes, danças, intrigas e o mais importante, escândalos! 

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