Primeiras impressões - Estreia 5ª temporada de The Marvelous Mrs. Maisel

  Dia 14 de Abril, estreou a quinta e última temporada de The Marvelous Mrs. Maisel e o prime video liberou três episódios. Após uma conversa franca com Lenny Bruce (Luke Kirby) no fim da temporada passada, Midge ( Rachel Brosnahan) é obrigada a encarar os fatos, entretanto é tarde demais para voltar atrás e abrir o show de Tony Bennet. Esse é o ponto em que ela percebe que precisa voltar a se mover se realmente deseja prosseguir e ser bem sucedida em sua carreira como comediante. A temporada já começa com uma cena de 1981, de uma garota em uma espécie de terapia, essa garota o roteiro não deixa claro quem é, mas tudo indica ser a filha de Midge porque no segundo episódio vemos uma espécie de documentário onde essa mesma garota ou uma muito parecida com ela está dando entrevista sobre como é ser a filha de Midge Maisel. Eu acho que essas cenas do futuro são muito boas e dá até um aperto no coração de saber que o roteiro está fazendo isso propositalmente para conseguir encerrar ...

DICA DA SEMANA: KIDDING

 

A comédia nunca conseguiu ser tão dramática! Criada por Dave Holstein e dirigida por Michael Gondry, Kidding é uma série produzida pela Showtime, produtora responsável por séries como Shameless e Homeland e nos apresenta um apresentador de programa infantil que precisa lidar com uma crise existencial após a morte de seu filho.

Protagonizado por Jim Carey (um dos meus atores prediletos rs), sendo esse o terceiro trabalho conjunto dele com Gondry, eles já trabalharam juntos em  Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004)  e no curta metragem Pecan Pie (2003). Dessa vez Jim é Jeff Pickles, um ícone infantil, uma criança no corpo de um adulto, um poeta no corpo de um apresentador, um filósofo no lugar de um homem desorientado de meia idade, que com uma perda irreparável é obrigado a questionar valores, ideias e relevâncias!

Essa série estava na minha lista desde que eu vi o trailer em meados de 2018, porém procrastinei bastante para assisti-la. Esperei sair as duas temporadas inteiras para maratonar e agora explicarei os motivos pelos quais todos deveriam assistir a essa obra prima!

Kidding trata-se sobretudo sobre luto, sobre como reagir, lidar, sentir o luto. Vários questionamentos são trazidos à tona ao longo de vinte episódios (cada temporada tem dez episódios). Questionamentos como a maneira ideal de se abordar esse assunto com as crianças, o marco que é em nossas vidas quando perdemos alguém e como necessitamos nos reformular como seres quando uma tragédia desse escalão ocorre. Tem pequenos resquícios também sobre direitos autorais, como o divórcio pode afetar a vida de um artista quando esse é casado em comunhão universal de bens. Sem dizer é claro a crítica social assídua por trás de tudo isso, como funciona os sets de um programa alegre e infantil matutino, será que o apresentador é o que aparenta ser? Será que as coisas são como parecem ser?

Eu não diria que chega a ser uma espécie de The Morning Show (2019), sendo que eles focam muito mais em perdas, em família e assuntos intimistas, mas é tão valorosa quanto.

O roteiro é bem construído desde o início, tem um ritmo contínuo e o mais importante, não enrola. Por terem episódios compactos de vinte e cinco minutos a no máximo trinta, a série acerta na sua maneira de contar história. Não existe redundância, não existe exagero, não existem hipérboles em relação a essa produção. O personagem central sofre, mas sofre sutilmente de sua própria maneira. As aberturas são hiper interativas nos remetendo a aberturas de programas infantis, e falo no plural pois eles sempre fazem questão de mudá-la fazendo uma breve alusão aos fatos que estão prestes a ocorrer no episódio.

As temporadas se complementam e dão a sensação de serem apenas uma pelo fato da segunda começar exatamente do ponto em que a primeira termina, então se vocês assistirem tudo de uma só vez é capaz de nem perceberem essa transição.

Pelo fato de se tratar de uma temática infantil eu me preocupei muito com o exagero de cores, vestuários e "magia", sobre como isso poderia ter deixado a história mais carregada e consecutivamente cansativa para nós telespectadores, contudo como citado anteriormente,  isso não ocorreu, eles souberam medir bem todos esses elementos.

Em alguns episódios houveram sim uma certa variação, como números musicais e algo mais lúdico, mas novamente, tudo da maneira mais suave e gostosa de se assistir possível!

O elenco é um dos aspectos que mais me chamou a atenção, vários artistas que eu gosto juntos é um prato cheio para uma boa maratona! rs... A irmã de Jeff e também produtora do programa infantil, Deirdre foi muito bem interpretada pela atriz Catherine Keener (Modern Love, O virgem de 40 anos), inclusive em cenas musicais, percebe-se que esse não é o forte da atriz, mas ela vai e arrasa! Outro nome que eu amo é Judy Greer (De repente 30, Vestida para casar) que interpreta a esposa , ex esposa para ser mais exato de Jeff. Ambas mulheres fortes e passando bastante estresse, a primeira descobre a homossexualidade de seu marido e fica num dilema, se divorciar ou não se divorciar, a outra, assim como o ex-marido, arranja maneiras de se virar e reformular com a abrupta partida de seu filho.

Frank Langella (Drácula, Frank e o robô) é o impiedoso e pragmático pai de Jeff, Sebastian Piccirillo. Aqui temos o mais perto de um "vilão" que a série nos apresenta, isso porque o personagem nos passa aquilo que o resto evita a todo o custo, os pés bem grudados no chão! Vendo a incapacidade do filho em manter o programa de televisão nos padrões normais, o velho logo começa a caçar alternativas para manter o Jeff Pickles que a criançada aprendeu a amar vivo, cogitando substituí-lo, seja por animação, seja por boneco, não importa, o que é de valor realmente é o lucro e o programa que precisa continuar.

É claro que nem tudo é no preto ou branco, a série nos traz uma paleta inteira de cores e tons pelo qual todos transitam e está tudo bem! Afinal, viver é transitar.

Me diverti, ri e chorei simultaneamente, impossível não se emocionar com a sensibilidade e zelo com que os criadores da série relatam todos os acontecimentos, e que mesmo nos momentos de mais injustiças e iniquidades, conseguimos entender cem por cento os motivos de cada um dos personagens por agirem como agem, por sentirem como sentem.

Ver essa faceta de Jim Carrey, mesmo que não inédito, é sempre um presente! Ele cumpre o seu papel com tamanha desenvoltura que a indicação ao Globo de Ouro 2019 na categoria de melhor ator em série de comédia foi pouco!

Kidding é uma boa série para se assistir com a família! A série é encontrada na plataforma de streaming Globoplay. 

E vocês pretendem assisti-la? Já assistiram? Deixem o seu comentário! 

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