Após uma temporada um tanto quanto duvidosa, finalmente The
Umbrella Academy acerta em sua segunda parte. Com muito movimento, história e
diversos núcleos muito bem contados e organizados, dessa vez conseguimos nos afeiçoar mais aos personagens, criar um elo e claro, nos divertir muito!
A adaptação feita pela Netflix dos quadrinhos homônimos escritos
pelo Gerard Way (ex vocalista da banda My Chemical Romance) e o quadrinista
brasileiro Gabriel Bá já é um dos grandes sucessos dos fãs do gênero, e não
precisou de muito para entrar no top 10 da plataforma de streaming.
Assisti no mesmo dia em que foi lançada, porém levei um tempo
para finalmente redigir essa análise devido também à riqueza e a quantidade de
destalhes apresentado pelo roteiro brilhantemente escrito dessa nova temporada.
Se por um lado assistindo o trailer e descobrindo que o fim do mundo havia
seguido os personagens me preocupou um pouco, por outro a história e seu
desenvolvimento superou as minhas expectativas ao conseguir quebrar essa preocupação
natural.
Digo natural, pois o apocalipse foi bastante explorado ao
decorrer da primeira temporada, e trazê-lo novamente, mesmo que em
circunstâncias diferentes não foi uma escolha que me agradou logo de cara,
confesso!
Ao acabar com o mundo em 2019, no episódio final da temporada
anterior, Vanya Hargreeves (Ellen Page) e seus irmãos são obrigados a
voltarem no tempo para impedirem que novamente as coisas terminem da mesma
maneira, entretanto, algo dá muito errado. O Número Cinco (Aidan Gallagher)
que é o "mutante" com o poder de voltar no tempo, assim como na
primeira temporada comete um grande erro e cada irmão acaba parando em um ano
diferente.
Esse para mim é o grande trunfo da temporada, como os irmãos
são obrigados a se virarem cada um de sua maneira sem poderem fazer nada. Vanya
vai parar no meio de uma pista e é sem querer atropelada por Sissy (Mary
Ireland) que a socorre e a abriga em sua propriedade. Allison (Emmy
Raver-Lampman) é obrigada a ter que encarar uma triste realidade, como mulher e
negra em uma época não muito generosa com as minorias que são os anos sessenta
e sem a sua voz que também é o seu poder, ela passa por grandes percalços e
injustiças. Luther (Tom Hopper) ao não encontrar a sua amada Allison se frustra e decide
trabalhar para um gangster das antigas em troca de casa e comida. Klaus (Robert
Sheehan) usufruindo de seus poderes e de Ben (Justin H. Min) é claro, cria um
alter ego e assume o papel de uma espécie de Messias e novo salvador
conquistando um séquito de seguidores fiéis. Diego (David Castañeda) vendo a
oportunidade de matar o assassino de Kennedy antes que ele mate o presidente
fica obsessivo pela ideia e acaba sendo mal interpretado pelas pessoas e
internado em um manicômio onde conhece a Lila Pitts (Ritu Arya). E por último e
não menos importante o responsável por toda essa confusão, o Número Cinco que
vai parar no exato mesmo dia de um apocalipse no ano de 1963, lá ele encontra a
versão mais velha de Hazel (Cameron Britton) que o entrega uma maleta, agora o
Número Cinco é designado à voltar no tempo e em dez dias convencer os seus
irmãos mais novos de impedir um segundo e novo apocalipse.
Existe um desenvolvimento muito bom da série, o ritmo é vivo
e contínuo, essa separação de núcleo conseguiu valorizar muito mais a
individualidade de cada um deles, coisa que não estávamos acostumados, sendo que
a primeira temporada é muito mais focada neles como uma equipe que se reúne
após a morte do patriarca da família.
Inclusive retratar um pouco do passado do velho Reginald
Hargreeves (Colm Feore) foi um artíficio utilizado que eu achei muito legal,
através disso descobrimos mais sobre a origem do personagem, os propósitos e
motivos que impulsionaram o velho a adotar essas crianças superpoderosas e
consecutivamente descobrimos mais sobre os próprios heróis e o grau de
envolvimento deles com o pai ao ver a reação de cada um à presença do homem.
Ver o Pogo filhotinho também foi uma parte bem emocionante para mim.
A fotografia da série está ótima, a direção cumpre bem com o
papel e a produção é gigantesca. Os efeitos especiais conseguiram me convencer,
apesar de não muito utilizado, todas as vezes que precisaram utilizar souberam
dosar bem e fazer algo o mais convincente e plausível possível.
A trilha sonora da série é um elemento que jamais poderia passar despercebido á essa análise, variada e emocionante, nessa temporada tivemos desde Frank Sinatra a The Backstreet Boys. Sem dizer o bom timing em que eles as utilizaram, sempre que começava uma das músicas eu já preparava para o que estava prestes a vir, porque aí tinha coisa! rs...
O elenco, como já é conhecido, está incrível e tiveram um material muito melhor com o qual trabalhar em comparação com o do ano anterior. Todos com seus respectivos papéis tiveram o seu momento de brilhar, mas se eu tiver que escolher o que mais me conquistou é claro que o voto será todo dedicado ao Aidan Gallagher, que realmente encarna um homem de mais de cinquenta anos no corpo de uma criança com maestria, outro nome que não pode faltar é o da Kate Walsh (eu amo ela desde Grey's Antomy haha..) como a tão carismática e odiável Handler, inclusive a interação desses dois personagens é muito boa, amo como ambos se ajudam nos momentos que lhes convém e como se odeiam em todos os outros, essa jogo gato/rato faz meu coração palpitar, não vou mentir, é sempre bom ver uma boa rivalidade vindo de polos tão magistrais e pomposos como eles.
Um único ponto negativo que realmente não me agrada é o fato de utilizarem a Vanya como possível estopim do fim do mundo novamente, vocês já perceberam como as HQs e filmes de super heróis amam colocar mulheres em situações de perda de controle? Esse assunto é batido e sem fundamento, na primeira eu já tinha odiado eles tocarem nesse ponto, mesmo tendo toda uma justificativa crível para isso que seria o passado conturbado da personagem com a família e tal, nada consegue tirar da minha cabeça que essa ideia é sim um tipo de machismo estrutural e velado.
Os heróis de The Umbrella Academy não são super heróis comuns,
compara-los com uma Marvel ou DC é loucura, agindo muitas vezes de maneira
antagonista, mostrando um lado mais humanizado, cru e frágil do que significa
ser um super herói e possuir grandes habilidades a série é quase uma sátira a
esses tão perfeitos e inumanos super heróis com os quais estamos acostumados.
Não chega a ser um The Boys (2019), mas tem sim um pé disso.
Com tantas histórias boas fica muito difícil escolher um núcleo predileto, todos foram muito bem construídos, todos se tornaram um pouco os meus prediletos rs... O que mais me chamou a atenção como um todo é a presteza e cuidado que tiveram ao tocar em temas relacionados as minorias, como retroceder cinquenta anos e não comentar sobre negros, gays, diferentes do considerado padrão naquela época, não é mesmo? Ainda mais tratando-se de Umbrella Academy que fez isso desde o seu primeiro episódio.
Com muitos assuntos em aberto, um final surpreendente, um reviravolta em toda a linha do tempo e muitas emoções é impossível não querer ver mais desses seres inumanos!
A Netflix ainda não confirmou uma terceira temporada, mas podemos esperar grandes surpresas nos próximos meses!
E vocês, também são fãs desse grupo tão excêntrico? Deixem o seu comentário!
Nossaaa a. ..vc disse qse tuuuudoooo e mais um pouco né! ?😃Tbem engoli no mesmo dia do lançamento de tanto que foi envolvente;claro que teve falhas devido a época em questão é os temas postos, não abordados 😐. ..me divertir e me apaixonei ainda mais pelo 'número 5' e o Klaus.Ainda não me convenceu o papel do Luther acho muito 'sem sal'...Capricharam nas trilhas sonoras e na minha perspectiva de nossos 'super heróis ',e de um possivel reencontro de Vanya e Sissy, já que seu filho ainda vai nos surpreender! Estarei na torcida pelo terceiro episódio logologo!👐😉É parabéns pelo seu post rico e super detalhado! Amooo👏👏💗😘😘😘
ResponderExcluirRealmente Lu! O Luther tá apagadinho mesmo, e acho meio difícil de ascender viu! rs... Tbm estou super ansioso também pela próxima temporada! Obrigado pelo apoio! Bjoos
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