Com uma
temporada mais amena e uma nova showrunner, Killing Eve continua consistente e bem
estabelecida como uma das minhas séries prediletas.
A série que é
baseada na série de romances Villanelle, de Luke Jennings,
nos traz a conturbada relação entre Eve Polastri (Sandra Oh) uma agente da
inteligência britânica e a assassina psicopata Villanelle (Jodie Comer). Tudo
começa com uma rivalidade que aos poucos vai virando uma obsessão. Cada
temporada é liderada por uma showrunner feminina diferente. Na primeira
temporada tivemos um impecável trabalho de Phoebe Waller Bridge (Fleabag), na
segunda foi a Emerald Fenner, essa terceira foi a vez de Suzanne Heathcote.
Nessa terceira temporada eu tive uma perspectiva diferente da
história e personagens. A série manteve a sua qualidade é claro, mas
conseguimos ver um roteiro muito mais simplista, com uma história mais
fechadinha. Após a morte de seu chefe que era um agente duplo Frank Haleton (Darren
Boyd), Eve Polastri descobre que a conta bancária dele (que era mantida pelos
doze) continua ativa e recebendo transações, como o depósito recente de mais de
seis milhões de Libras. A partir dessa descoberta diversos eventos ocorrem,
alguns que partem o meu coração como a morte de Kenny Stowton (Sean Delaney) e
muitas traições e contradições do Konstantin (Kim Bodnia), como não poderia ser
diferente.
Os acontecimentos intercalam entre partes dramáticas e fortes
como os assassinatos tão característicos da série, uma boa tensão sexual entre
as protagonistas e é claro, a comicidade, outra qualidade tão famosa de Killing
Eve. Uma coisa que o roteiro acertou muito foi em explorar mais à fundo a
história e passado de Villanelle, o que a levou a ser uma psicopata? Quais são
as suas “justificativas”? Ela tem uma família? Já tava passando do tempo de descobrirmos
mais dessa personagem tão ironicamente amada pelo público.
A direção da série é um dos maiores trunfos de Killing Eve,
levando em consideração a quantidade de países e locais diferentes em que as
cenas são gravadas. A fotografia nunca deixa a desejar, a iluminação varia
entre mais clara e mais escura nos mostrando a instabilidade de personalidade
de suas personagens. A trilha sonora é um elemento bem escolhido e atribuído ao
longo dos episódios.
Outro trunfo e o que faz dessa série tão premiada são as
atuações, Jodie Comer é sim a grande estrela da série, toda vez que a
Villanelle aparece é como se uma luz se acendesse, não é à toa que no Emmy do
ano passado foi a sua vez de ganhar na categoria de melhor atriz em série
dramática com o papel, esse ano inclusive ela está concorrendo novamente na
mesma categoria. Outra atriz que ninguém duvida de suas qualidades é a sua
co-protagonista, Sandra Oh, o motivo inicial para eu ter começado a assistir
Killing Eve rs.... A cena do ônibus é uma coisa para se guardar na memória, só
assistindo para vocês me entenderem, Sandra também é uma das indicadas ao Emmy desse
ano na mesma categoria de sua colega, essa é a terceira indicação consecutiva
de Sandra Oh só com essa série, indicada desde a primeira temporada. Não levou
nada ainda, mas não custa sonharmos né?
Outro nome que rouba a cena é Fiona Shaw (a tia Petúnia de
Harry Potter rs), que interpreta a chefe do MI6 Carolyn Martens, uma mulher
fria, pragmática e sincera que não se intimida por nada. Depois das
protagonistas ela com certeza é a que eu mais gosto, e a sua relação com a sua
filha, o contraste de diferença de personalidade delas é um prato cheio de momentos
intensos e engraçados. Indicada na categoria de melhor atriz coadjuvante em
série de drama pela segunda vez consecutiva no Emmy desse ano, Fiona é uma
concorrente árdua de se vencer, tenho dó de suas colegas de categoria!
Uma nova personagem que me conquistou foi Dasha Duzran (Harriet
Walter), como a treinadora e cuidadora de Villanelle, sabe aquele tipo
repulsivo e odiável de personagem, essa é Dasha, todas as cenas que ela
aparecia eu vibrava. Konstantin é outro que merecia uma indicação ao Emmy, mas
não foi dessa vez, parece que o forte e foco dessa série tão envolvente, são as
personagens femininas.
Em seu segundo ano no topo das indicações, incluindo uma das
categorias mais importantes da noite, o de melhor série dramática, Killing Eve
veio para inspirar, empoderar e potencializar o que significa ser mulher.
Com uma quarta temporada confirmada, a próxima será comandada
por Laura Neal (Sex Education).
Killing eve é uma produção original BBC, aqui no Brasil a
série está disponível na plataforma de streaming Globo Play.
E vocês, concordam com todas as indicações, queriam mais
alguma? Deixem o seu comentário!
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