Baseado no livro Cursed de Thomas Wheeler e Frank Miller e protagonizado por Katherine Langford
(13 Reasons Why), com nomes conhecidos como Gustaf Skarsgard (Vinkings) e Peter
Mullan (Ozark). A nova aposta da Netflix, Cursed, vem com muitas promessas,
muito burburinho, chegaram a nomeá-la a nova Game of thrones, mas será que é
para tanto?
Liberada pela Netflix no dia 17 de Julho de 2020, a história nos apresenta à história
de Nimue (Katherine Langford), uma jovem feiticeira amaldiçoada quando criança
por um deus urso, sua relação conflituosa com o povo de sua aldeia e a autodescoberta
de sua força interior ao ter que cumprir uma missão deixada por sua mãe. A
missão consiste em entregar uma espada mágica e poderosa nas mãos de Merlin
(Gustaf Skarsgard), todavia, essa é a espada do poder e visada por todos os
reis do mundo, a menina encontra um grande dilema pela frente.
Existem
outros grandes percalços ao longo do caminho como a existência do paladinos que
são monges que odeiam os feéricos (seres mágicos), nos trazendo grandes
reflexões em relação a minorias e diferenças, exatamente como ocorreu em
Carnival Row (2019), onde essas criaturas sofrem muito preconceito e
injustiças.
A premissa é
interessante, existem momentos em que a história flui muito bem, entretanto em algum ponto da história, eu diria que do episódio seis em
diante a série passa a se perder com reinos, histórias, e acontecimentos
simultâneos. As soluções muitas vezes são simplistas e os personagens
contraditórios.
Como quando
Nimue é “roubada” por Arthur (Devon Terrell) e ela se diz imperdoável, mas no
mesmo episódio praticamente eles fazem as pazes, ou quando o personagem Monge
Choroso (Daniel Sharman) do nada passa para o lado dos feéricos no último episódio,
sendo que até então em nenhum momento ele havia hesitado em matá-los, não
mostrando um desenvolvimento plausível que nos convença. São esses pequenos detalhes que fazem
de uma série consistente ou não consistente.
A direção é
ótima, a fotografia linda, a trilha sonora condiz muito com a temática da série
nos trazendo músicas do tipo celta. Um elemento que eles utilizaram e que eu
amei foi misturar desenhos quando queriam passar de núcleo para núcleo ou
finalizar um episódio como ocorre no final do primeiro episódio quando Nimue
mata os lobos e o sangue vai se espalhando e espirrando na câmera até tudo ficar
vermelho.
A abertura me
remeteu muito à abertura de O mundo sombrio de Sabrina também feita com
desenho.
As atuações
estão ótimas, o elenco cumpre com os seus papéis de maneira satisfatória, tanto que nem
lembrei da Hannah Baker (13 Reasons Why) enquanto assistia a série rs... O
destaque de atuação para mim, por incrível que pareça vai para um personagem
que não aparece tanto, mas quando aparece eu gosto muito que é o rei Uther
Pendragon (Sebastian Armesto). Sebastian soube fazer o perfeito rei conflituoso,
vulnerável e mimado, no momento em que mata a sua própria mãe é a cena mais
interessante para mim, pois o ator conseguiu transmitir tanto uma satisfação
vingativa quanto uma tristeza ao mesmo tempo, mandou muito bem! Emily Coates é outra que na primeira aparição eu tinha certeza que me conquistaria, com amor e ódio, mais ódio, mas me conquistaria com a sua personagem fria e categórica irmã Iris e foi dito e feito, que atuação! (que menina do cão rs).
Agora essa
comparação que a série está tendo com Game of thrones tem um fundamento, ambas
as séries nos apresentam uma atmosfera muito parecida medieval, onde existem
seres com poderes sobrenaturais, uma religião fundamentalista, reis tirânicos
lutando pelo mesmo trono (neste caso também pela mesma espada). Quando Nimue chega
ao poder ela comove multidões da mesma maneira que Daenarys Targaryen (Emilia
Clarke), se tornando a grande salvadora, a grande esperança. Aliás um outro tópico bastante levantado e semelhante com GOT é o feminismo da série, quando a protagonista é colocada num lugar de destaque.
No entanto
dizer que Cursed nos trouxe um material tão bom e completo quanto Game of Thrones é puro delírio. A série peca muito no jeito de contar a história, não
existe a coragem e ousadia de matar personagens importantes, eu não acredito
que Nimue realmente morreu, e apesar da série não ter sido a melhor do estilo
que já vi, me entreteve bastante do começo ao fim.
Com a
revelação final de que o Monge Choroso é na verdade o cavaleiro da távola
redonda Lancelote, a série abre um leque de que a próxima história explicará
como Arthur chegará ao poder, além de trazer o tão famoso triangulo amoroso dos
livros, Rei Arthur, Lancelote e a rainha Genebra.
Ainda não foi
confirmada uma segunda temporada, porém estou crente que por ser um projeto tão
grande da Netflix, logo, logo teremos ótimas novidades.
E vocês, o
que acharam desse final de temporada? Esperançosos por uma possível sequência?
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